100% Música -- 100% Música -- 100% Música -- 100% Música -- 100% Música -- 100% Música -- 100% Música -- 100% Música -- 100% Música

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Padre Ágio

Padre Ágio Augusto Moreira de Deus nasceu na cidade de Assaré - Ceará, e iniciou seus estudos na cidade de Campinas, em São Paulo. Posteriormente veio para o Seminário Diocesano do Crato, onde teve o seu primeiro contato com o estudo da música, tendo como professor o seu próprio irmão: Padre Davi Moreira. Terminou os seus estudos no Seminário da Prainha, em Fortaleza, onde aprimorou os seus estudos em musica clássica e canto gregoriano. Voltou ao Cariri ordenado Padre e foi trabalhar na localidade chamada Goianinha (hoje Jamacarú), na Chapada do Araripe, na cidade de Missão Velha (CE). Nessa localidade, após presenciar as colheitas de arroz e café, onde os trabalhadores cantavam enquanto trabalhavam, teve a idéia de fundar uma escola de música para trabalhadores rurais. Em meados dos anos 60, já residindo em Crato, viu seu sonho começar a se realizar com a fundação da Sociedade Lírica do Belmonte, completando este ano de 2010, 50 anos de existencia.
Fonte:Blog Cariri Cangaço

José Nilton

O cantor e compositor José Nilton de Figueiredo é natural do Crato, na região do Cariri e seguindo os passos do avô - que era músico e poeta - também se tornou compositor. Viveu alguns anos no Rio de Janeiro e solidificou sua admiração por um artista em especial: Chico Buarque. Grande admirador de Chico, José Nilton sofreu muita influência do compositor, chegando mesmo a imitar o tom de voz de Buarque e a compor no seu estilo.
O CD “De onde olho” é dedicado à Chico e traz composições nos mais diferentes estilos, todas com letras bem trabalhadas que revelam um compositor de talento. Um detalhe que gostei bastante é que no encarte, José Nilton fala um pouco de cada canção. Explica onde e como foi feita, de onde veio a inspiração, enfim , dá detalhes completos sobre a música, o que considero extremamente importante e interessante de se ter em um disco. E por falar no encarte, ele é todo ilustrado com xilogravuras de autoria de José Lourenço. Participam do CD artistas do Crato como Abdoral Jamacaru, Luis Carlos Salatiel, João do Crato, a cantora Lívia França e o violonista Lifanco, que fez os arranjos e dividiu a direção artística com José Nilton.
1-Escolhas (José Nilton/Carlos Rafael)
2-Roendo as unhas (José Nilton)
3-Taí o samba (José Nilton) – Participação de Marta Freitas
4-Crato (José Nilton) – Participação de Correinha
5-As gotas que soaram de lá (Rodrigo Figueiredo) – Canta Rodrigo Figueiredo
6-Tristes vales (José Nilton) – Participação de João do Crato
7-De onde olho (José Nilton)
8-Carteira de identidade (José Nilton/Ana Cecília) – Participação de Lívia França e Marta Freitas
9-Tanta coisa (José Nilton/Francisco Sávio)
10-Mistérios gozosos (José Nilton)
11-Serrana bela (José Nilton)
12-Absorto (José Nilton)
13-Visões do paraíso (José Nilton) – Participação de Abdoral Jamacaru e Luis Carlos Salatiel
Fonte: Musica do Ceará

O som que veio da roça e dos Cariris

As bandas cabaçais, como a dos Irmãos Aniceto, são assim
chamadas porque, antigamente, a zabumba era feita
 de cabaça e coberta com pele de bode ou carneiro
A banda cabaçal dos Irmãos Aniceto surgiu no século XIX com o agricultor José Lourenço da Silva, que transmitiu seus conhecimentos musicais para filhos e netos. O grupo, sustentado por instrumentos de sopro e percussão, como pífanos, zabumba, caixa e pratos de metal, compõe inspirado no trabalho da roça e na observação do cotidiano da vida do sertão.
Conforme Mestre Raimundo, filho de José Lourenço da Silva, o grupo vem treinando seus herdeiros para montar a banda cabaçal infantil, com meninos de 6 e 7 anos, e assim como aprenderam com o pai, não deixarão a música dos Aniceto desaparecer. Os instrumentos da banda são fabricados por eles mesmos, conforme os segredos que passam de geração para geração. José Lourenço da Silva, índio Cariri do Ceará, possuía a alcunha de Aniceto e conhecia o Pife havia tempos. Fundou a Banda Cabaçal Irmãos Aniceto ainda no século XIX.  Foi ouvindo o pai tocar que os filhos aprenderam. Raimundo, Antônio José, João José, Benedito e Cícero tocam adiante hoje a banda. (Cabaçal é sinônimo de banda de Pife naquela região do país). Os integrantes levam a tradição familiar adiante e ensinam os parentes próximos. Segundo o filho Raimundo, já tem gente da quarta geração da banda tocando. Recentemente criaram a banda-mirim, com as crianças que já demonstram incrível talento. Raimundo fabrica os instrumentos do grupo, que já tocou no exterior apresentando a cultura do Pife. As apresentações do grupo incluem danças incríveis, com agilidade impressionante, apesar da idade avançada de alguns dos integrantes. O jornalista Pablo Assumpção escreveu um livro chamado “Anicete – quando os índios dançam” que diz que a banda reúne “atores que desempenham uma performance única e que mescla o passo matreiro e intuitivo de cada um com modos ancestrais de dançar e imitar animais, aprendidos com as gerações indígenas da família. É essa performance que evolui em danças e trejeitos bem particulares que os diferencia de qualquer outra banda. Uma espécie de ritual secular que apresenta a força das coisas inéditas”.
Fonte:Coletivo Camaradas / Pife Brasileiro

domingo, 5 de setembro de 2010

Dos Pombos Urbanos à Nacacunda e a volta do Fator RH: 22 anos de rock caririense

Banda Fator in Concert: 8 de janeiro de 1989
A Banda Fator RH fará uma apresentação amanhã, dia 10, às 19:30 horas, no Centro Cultural do Araripe, em Crato, na abertura do Festival Estudantil da Canção. A idéia partiu da equipe de organização do evento, promovido pela Secretaria de Cultura do Crato. Para aqueles que viram as históricas apresentações do grupo, será um momento de alegria misturada a nostalgia. Para os mais novos e os que passaram "batidos", será uma oportunidade de conferir porque ainda hoje se fala nesta rapaziada “cretácea” , pioneira do rock’n’roll caririense.


Pombos Urbanos, 1987 : Nicodemos, Cacheado, Rafael Fel e Sergestes Tocantins
Tudo começou com a banda Pombos Urbanos, criada no segundo semestre de 1987, por mim e Nicodemos, e dela também fizeram parte Marcos Lobisomem, Sergestes Tocantins e Cacheado, baterista, já falecido.
O nome surgiu quando eu e Nicodemos atravessávamos a Praça Cristo Reis, em Crato, em meio aos pombos, que naquela época, faziam parte da paisagem do logradouro. Nico, então, disse a frase mágica: “somos todos pombos urbanos”. E eu: “pombos urbanos? Isso é nome de banda de rock”. E ele: “então, vamos fazer uma”.
Fator RH: Manel D'Jardim (arranjador e músico esporádico),
Rafael, Sergestes, Lupeu, Marcos, Calazans e Salatiel (grande apoio)
Foi um caso incomum de uma banda que surgiu depois do nome, pois até, naquele momento, não tínhamos tramado nada neste sentido.
No dia seguinte começamos a... compor. E compomos, de cara, o maior hit da banda: Marinalva (“...uma boa moça, uma grande alma. Trabalhava na LBA como assistente social. Católica militante, virgem filantrópica. Queria salvar o mundo...”). Foi mais um caso incomum de uma banda que emplacou o seu maior sucesso logo com a primeira composição.

Fator RH, 1988: Rafael, Calazans, Sergestes (sentado), Lupeu, Marcos e Júnior Balu
Os Pombos Urbanos tiveram vida efêmera, da sua estréia até a despedida, foram somente oito meses, de outubro de 1987 a maio de 1988. Nico foi embora e do que restou da banda (eu, Sergestes Tocantins e Marcos Lobisomem) formou-se o Fator RH, incorporando Lupeu, Calazans Callou e Júnior Balu. O Fator RH durou três anos, até 1990, quando, depois de mudanças de membros (saíram Marcos e Sergestes e entraram Leonardo Leo, Igor Arraes e João Eymard), transformou-se no Lerfa Mu, com participações esporádicas de Manel D’Jardim, como guitarrista e arranjador. Com essa formação, o Lerfa Mu gravou uma fita demo no ProAudio Studio, em Fortaleza.
De 1991 a 1995, houve um interregno. Lupeu foi para Petrolina. Calazans para Recife. Leonardo Leo para Boa Viagem (onde ainda hoje mora, sendo maestro da banda de música daquela cidade cearense). Igor deu um tempo. João Eymard sumiu. Eu me casei e fui ser professor para sustentar a família.
Nacacunda, 1995, gravando para o programa Brasil Legal: Marcos, Roger, Rafael e Rubinho
 Mas, em 1995, com o retorno de Marcos Lobisomen, que passou a morar em Juazeiro, onde abriu uma loja de móveis para crianças, voltamos a nos reunir para fazer um som, de noite, na dita loja. Eu, Marcos, Luís Carlos Saraiva, Roger e Rubinho. E, com essa formação, foi criada a banda Nacacunda que, na esteira do sucesso de Chico Science & Nação Zumbi, seguiu a fórmula do momento, incorporando ritmos nordestinos à batida roqueira. A nova banda estreou em show no Sesc-Juazeiro. 

Nacacunda em Recife (Festival Skol Rock), 1996: Calazans, Rafael,
Igor, Marcos, João Eymard e Antonio Carlos


Depois, novas mudanças. Igor e João Eymard voltaram. Antonio Carlos, percursionista, entrou. Eu e Marcos permanecemos. E, com esse “team”, conseguimos o nosso maior feito até então: classificar uma música para um festival de porte nacional: o Skol Rock. Tocamos na primeira noite da eliminatória norte-nordeste, no Centro de Convenções de Olinda, PE, em julho de 1996. Foi o Auge.
Em seguida, não dando mais para conciliar a vida de roqueiro com a profissão e a família deixei a banda e fui substituído por Hugo Arraes, irmão de Igor. Calazans, mesmo morando em Recife, foi o maior responsável pela continuidade e atividade da banda. Assim, hospedou a rapaziada (agora, com Miguel Batera, também falecido, Nivando Ulisses e Paulo Lobo) em seu apartamento, e bancou, praticamente sozinho, a gravação do primeiro (e até então único) CD da banda, lançado em julho de 2006, em show na Expocrato.
Fonte: CaririCult

sábado, 4 de setembro de 2010

Correinha


Cantor, compositor, músico, poeta, teatrólogo, professor de Educação Artística (música e dança) do SESI – Crato, artezão e folclorista. Autor de aproximadamente 500 composições foi chamado denominado pelo ilustríssimo J. de Figueiredo Filho de O TROVADOR DO CARIRI.
Sua vida confundia-se com o universo cultural do Cariri, mais especificamente com o município do Crato, que o acolheu de forma amável e generosa. Nessa tragetória de mais de 50 anos, Correinha colecionou títulos, dentre eles: A Medalha do Mérito Municipal Doutor Antonio Teles, Título de Visitante Ilustre no Festival Brasileiro de Folclore (1984) – Olímpia, São Paulo, Cidadão Cratense pela Câmara Municipal do Crato, ocupava a Cadeira Nº 12 da Academia dos Cordelistas do Crato e tinha como Patrono o compositor cearense José Jatahy no Instituto Cultural do Cariri
Fonte: Arquivo FCC

Divani Cabral


Nascida em Crato-Ce, forma da Filosofia e pós-graduada em Educação, na Faculdade de Filosofia do Crato.
Cursos:
* Curso de aperfeiçoamento em métodos e técnicas de Ensino – UFC
* Cursos de Especializados em música Instrumental – SCAC
* Cursos Especializados em Canto-coral, técnica vocal, regência, violino e história da música Pro-Arte-RJ.
* Curso de Técnicas audiovisuais em educação – ABE-RJ
* Curso especializado em teatro, artes plásticas e cinema – UFC
Atuou com professora de educação artística, psicologia da infância, sociologia metodologia do ensino canto coral e técnica vocal em colégios e entidades como o colégio Diocesano no Crato e Universidade Regional do Cariri. Também já desempenhou várias atividades administrativas como secretária, diretora, regente em várias entidades.
Atualmente:
* É diretora artística e executiva da Sociedade de Cultura Artística do Crato desde 1972.
* Diretora do Teatro Rachel de Queiroz – desde 1978.
* Diretora das Escolas de Arte da SCAC: música, teatro, dança, artes plásticas e casinha de cultura.
* Regente do Coral da SCAC – dês 1972.
* Regente do Pequeno Coral do Crato – desde 1967.
* Coordenadora da Equipe de Leitores – Pastoral Litúrgica da Paróquia N. Senhora da Penha – Crato.

Fonte: Arquivo FCC

Carlos Salatiel

Ator, músico/compositor, cinéfilo e produtor cultural que desde os anos 70 atua, promove e valoriza a arte e cultura contemporânea do cariri cearense.
Fonte: Blog

José Flávio Vieira

Médico, escrivinhador nas horas vagas, dramaturgo bisssexto.Autor de: "A Terrível Peleja de Zé de Matos com o Bicho Babau nas Ruas do Crato" e "Matozinho vai à Guerra"

Geraldo Urano

Poeta cratense, nascido em 10 de junho de 1953. Autor dos livros Despretensionismo, em parceria com Rosemberg Cariry(1975), Vaga-Lumes (1984) e o Belo e a Fera (1989). Participou da coletânea Poesia de Agora, editado pela Secretaria de Cultura do Ceará (1981). Publicou o poema A Cor do Lírio em formato de folheto de cordel (1986).Tem poemas publicados em vários periódicos literários, a exemplo da revista Seriará e dos jornais Nação Cariri e Folha de Piqui. Assinou seus poemas, também, como Geraldo Gandhi, Geraldo Mérkur, Geraldo Efe,Geraldo Orinco, Lima Batista e Eduardo Batista. É autor de várias letras musicadas, algumas gravadas, por compositores caririenses, como Luiz Carlos Salatiel, Pachelly Jamacaru, Cleivan Paiva, Paulinho Chagas, Bá Freire, Abidoral Jamacaru e Calazans Callou.
Fonte:blog Vaga Lumes

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pachelly Jamacaru

Ensaiando há meses para esse lançamento, o artista Pachelly Jamacaru lança não hum, mas 3 blogs com conteúdos diversos a fim de abranger uma pequena parte da obra por ele produzida. Na verdade, os blogs representam apenas algumas facetas deste Cratense notável, que possui mais de 400 composições populares de altíssimo nível, é um Fotógrafo premiado Nacionalmente e poeta de primeiro nível, com suas centenas de poemas, a ser lançado em livro em breve!
Pachelly é um daqueles raros exemplos da Arte produzida no Cariri. Atuante em diversas áreas, com 3 belos CDs gravados, elogiadíssimo pela crítica, e inúmeras exposições de seus trabalhos fotográficos, confessa: "Eu não poderia estar mais feliz neste ponto da vida, em que posso compatilhar um pouco da arte que produzo com as pessoas que me são gratas ao longo da vida, embora eu veja que tudo na vida é vaidade, e que o sentido da vida está na nossa capacidade de saber enxergar o mundo através dos melhores ângulos".
E isso, certamente é o que Pachelly Jamacaru sabe fazer de melhor. Através do website regional ZOOMCARIRI, www.zoomcariri.com ,que concentra grande parte dos grandes fotógrafos da região do Cariri, Pachelly Jamacaru se faz notar de imediato, com sua extrema habilidade e conhecimento sobre a arte da fotografia e seu olhar inusitado, que caracteriza os grandes gênios dessa arte. Não foi à toa que recebeu o prêmio de Destaque da concorridíssima revista "FOTOGRAFE MELHOR" por um de seus trabalhos.
Assim, é que o Blog do Crato também dá as boas-vindas aos novos Blogs "PACHELLY JAMACARU" , para deleite de todos nós que amamos a arte verdadeira e a sua essência!
Fonte: Blog Pachelly Jamacaru

Cleivan Paiva

"Cleivan Paiva é de Simões, Piauí. Cearense por destino. Em sua primeira arribada pousou, de viola em punho, no Cariri cearense. Em Crato, início dos anos setenta, uniu-se a poetas do Grupo de Artes Por Exemplo-principalmente ao poeta Rosemberg Cariry. Nasceram as primeiras parcerias e vieram os tempos dos "Ases do Ritmo", grupo local de bailes, e as apresentações, como compositor, no movimento artístico da região. No violão e na guitarra, Cleivan tecia o fio de sua trajetória musical. Tudo lá, registrado no seu fraseado: do toque seresteiro-herança paterna- à batida de bossa nova; do ponteio da viola de feira àquela escala ao modo de um velho blue; beatlemania, bandas cabaçais, jovem-guarda, rodas de maneiro-pau e tropicália; balacubaco geral que o artista mais atento e inquieto incorpora sem copiar e devolve sob a forma de composições de extrema originalidade. Tudo, enfim, sem render-se aos modismos das chamadas "indústrias de cultura". "Guerra e Paz" é isto aí: uma mostra da materialização dessa longa trajetória sonora, vivenciada na geografia de díspares regiões. Nos anos 70, Cleivan formou, ao lado de Bá Freire, Isânio Santos, Audizio (Tapioca) e Bill Soares (ex- Papa Poluição) - o Ave de Arribação. O grupo arribou mesmo e, fatalmente, atuou em São Paulo; shows no metrô, nas praças e nos teatros da periferia. Quando desfeito, seus integrantes buscaram outros rumos musicais. Cleivan fez (faz) de tudo no ramo; desde gravações, como acompanhante em estúdios, até apresentações em casas noturnas. Também atuou em festivais: na Tupi classificou "Perímetro Urbano" (Nota: Na ocasião defendida por Marku Ribas) , incluída nesse disco (nele rende tributo a Victor Assis Brasil, tocando-a com arranjo do genial saxofonista). Antes disso, participou do Festival Universitário de SãoPaulo, com trabalhos de parceria com Rosemberg Cariry e Ivan Alencar. Conhecíamos Cleivan através de inúmeras fitas que caíam em nossas mãos, neste circuito ultramarginal, revelador das mais ricas reservas musicais que não estão no mercado. Mas, por aí a obra fica escondida e só os mais chegados tem o privilégio de ouvi-la. É necessário, então, romper o cerco imposto pela indústria fonográfica multinacional, aliada a certos impérios da comunicação vendidos aos seus interesses. E pinta o inevitável disco independente ou alternativo. Guerra e Paz é mais um nesta desigual batalha contra os "gigantes" que anunciam um certo "marasmo cultural"no atual momento brasileiro e tiram do colete rendosos modismos musicais que vem "salvar"o país desta suposta indigência criativa . Toda esta farsa se passa na terra de Vandré, Hermeto, Elomar, Cego Oliveira e Chico Maranhão; isto sem falar em tantos outros músicos e compositores de extraordinário talento que só tem suas canções registradas nos cassetes da vida. São os passageiros daquele trem que avança, conforme escreveu Marcus Venícius, "sem chegar a nenhuma estação/de rádio/sem fazer nenhuma parada/de sucesso!" Até quando permanecerá este boicote contra a mais legítima música popular brasileira ? Sabemos apenas que é preciso teimar na resistência, na lutra contra este imperialismo cultural." Texto de Firmino Holanda escrito em 1984. Atualmente Cleivan Paiva mora no Crato, CE.
Fonte: Música do ceará

Cego Aderaldo

Aderaldo Ferreira de Araújo, o Cego Aderaldo, nasceu no dia 24 de junho de 1878 na cidade do Crato — CE. Logo após seu nascimento mudou-se para Quixadá, no mesmo estado. Aos cinco anos começou a trabalhar, pois seu pai adoeceu e não conseguia sustentar a família. Tomou conta dos pais sozinho. Quinze dias depois que seu pai morreu (25 de março de 1896), quando tinha 18 anos e trabalhava como maquinista na Estrada de Ferro de Baturité, sua visão se foi depois de uma forte dor nos olhos. Pobre, cego e com poucos a quem recorrer, teve um sonho em verso certa vez, ocasião em que descobriu seu dom para cantar e improvisar. Ganhou uma viola a qual aprendeu a tocar. Mais tarde começou a tocar rabeca. Algum tempo depois, quando tudo parecia estar voltando à estabilidade, sua mãe morre. Sozinho começou a andar pelo sertão cantando e recebendo por isso. Percorreu todo o Ceará, partes do Piauí e Pernambuco. Com o tempo sua fama foi aumentando. Em 1914 se deu a famosa peleja com Zé Pretinho (maior cantador do Piauí). Depois disso voltou para Quixadá mas, com a seca de 1915, resolveu tentar a vida no Pará. Voltou para Quixadá por volta de 1920 e só saiu dali em 1923, quando resolveu conhecer o Padre Cícero. Rumou para Juazeiro onde o próprio Padre Cícero veio receber o trovador que já tinha fama. Algum tempo depois foi a vez de cantar para Lampião, que satisfez seu pedido — feito em versos — de ter um revólver do cangaceiro.
Tentando mudar o estilo de vida de cantador, em 1931, comprou um gramofone e alguns discos que usava para divertir o povo do sertão apresentando aquilo que ainda era novidade mesmo na capital. Conseguiu o que queria, mas o povo ainda o queria escutar. Logo depois, em 1933, teve a idéia de apresentar vídeos. Que também deu certo, mas não o realizava tanto. Resolveu se estabelecer em Fortaleza em 1942, onde veio a abrir uma bodega na Rua da Bomba, No. 2. Infelizmente o seu traquejo de trovador não servia para o comércio e depois de algum tempo fechou a bodega com um prejuízo considerável.
Desde 1945, então com 67 anos, Cego Aderaldo parou de aceitar desafios. Mas também, já tinha rodado o sertão inúmeras vezes, conseguira ser reconhecido em todo lugar, cantara pra muitas pessoas, inclusive muitas importantes, tivera pelejas com os maiores cantadores. E, na medida em que a serenidade, que só o tempo trás ao homem, começou a dificultar as disputas de peleja, ele resolveu passar a cantar apenas para entreter a alma. Cego Aderaldo nunca se casou e diz nunca ter tido vontade, mas costumava ter uma vida de chefe de família pois criou 24 meninos.
Texto extraído do livro "Eu sou o Cego Aderaldo", prefácio de Rachel de Queiroz, Maltese Editora — São Paulo, 1994.

Abidoral Jamacaru

O cantor Abdoral Jamacaru é oriundo de uma boa safra de cantores e compositores do Cariri, já fez trabalhos memoráveis, como “ O Peixe”, e no final do ano passado, lançou, na Mostra SESC Cariri de Cultura, seu terceiro CD, "Bárbara". Em seu novo trabalho, o público é brindado, em um repertório com 15 músicas, com um som que mistura as batidas do rock nordestino e nacional, e até mesmo com o forró pé-de-serra. As letras chamam atenção para a política e a história regionais, sem deixar de fora mensagens que pregam a conscientização ambiental.
A produção do novo disco foi, nas palavras do músico, uma "experiência ousada", pois o projeto contou com três meninos da Fundação Casa Grande, de Nova Olinda, com idade entre 16 e 21 anos, que, além de tocar, também participaram na feitura dos arranjos. Abdoral afirma ter apreciado a experiência: "eu sempre arrisco, mas gosto". "Bárbara" é resultado do apanhado de composições do início da carreira do cantor até outras atuais. Nota-se uma forte presença de pianos e guitarras, mas os arranjos musicais chamam atenção pela sua simplicidade. O disco remete bastante ao estilo MPB, de Chico Buarque, como nas músicas "Minha", "Bárbara" e "Surpresa". Em outros momentos, usa um estilo bem regional, como na canção "Amor beato" e "Cantiga de coco para Azuleica e Asa Branca", já gravada em "O Peixe", ganhando um ritmo mais rústico nessa nova versão. Abdoral explica que regravou a música procurando se aproximar mais dos cantadores de coco: "No anterior, foi uma coisa mais arranjada, com instrumentos mais elaborados. Nesse aqui, coloquei um pouco mais de rusticidade, brincando com o ritmo".
Mantendo a linha dos dois CDs anteriores, "Bárbara" apresenta muitas letras revelando a preocupação do compositor com o meio ambiente, com destaque para a faixa "Vida". "Nós vivemos dentro de um planeta. Essa idéia que a gente mora em países, estados, cidades... Isso é tudo meio ilusório. Na verdade, o planeta é um só. E o homem é da mesma natureza. Não importa se ele é africano, asiático ou americano. As necessidades são as mesmas. Na música 'Vida', faço uma ode à vida, chamando atenção para isso. Eu digo que coabitamos todos juntos no planeta: eu, tu, ele, nós, vós, eles. Conjugo o verbo viver. Uma ode à vida".
As composições são carregadas de referências históricas e folclóricas, cada uma contando uma história diferente. "Tento expressar aquilo que penso, e que pode contribuir no sentido de dar um toque pras pessoas. A questão da absorção da mensagem vai depender de cada pessoa, do estado de espírito em que ela se encontra" responde Abdoral a respeito do uso da música como forma de conscientizar a população.
A canção que dá nome ao disco é uma homenagem a Bárbara de Alencar, uma mulher ousada e que causa grande admiração no cantor. "Ela comandou uma revolução de importância nacional, e colocou todos os filhos nessa luta. Me preocupa muito essa questão da memória dela, que é pouco reverenciada. Pouco se fala de Bárbara de Alencar. A história dela tem um sentido muito grande. Então, resolvi fazer uma música, um resumo de sua história e dar o nome dela ao título do CD, uma forma de agradecer o que ela fez nós, uma homenagem”, justifica.
Abdoral diz que não tem um estilo definido, pois suas músicas são resultado de várias influências musicais, atuais ou antigas. "Eu não defino a música entre tipos. A música para mim, como disse Gilberto Gil, só tem dois tipos: a boa e a ruim. Não importa que estilo seja. Toda música que eu faço, procuro fazer o melhor que posso", diz ele. A produção do CD "Bárbara" demorou dois anos, mas ele explica que o maior empecilho para seu trabalho foi a questão econômica: "Nós começamos a gravar, depois faltou dinheiro. Retomamos, mas faltou dinheiro de novo. É sempre muito difícil fazer um trabalho desse tipo. É preciso ter muita convicção do que quer fazer".
Fonte: Wikipédia

Manel D'Jardim

Manel D´Jardim, cognominado "A lenda Viva" lança seu CD "Além da lenda", trago este vídeo postado no Youtube, em que aproveito para divulgar pra vocês todo o talento e a irreverência desse músico Sui Generis que temos aqui como um patrimônio do Cariri:
Fonte: CaririCult

Dihelson Mendonça

Considerado por muitos como um dos grandes talentos musicais da nova geração de músicos cearenses, o tecladista/arranjador/compositor Dihelson Mendonca, nascido em Crato-CE em 1966, já demonstrou o seu talento, tocando lado a lado com os grandes nomes da música Instrumental brasileira, tais como: Hermeto Pascoal (que improvisou em pleno palco, um baião exaltando o músico: ("Dihelson - O repentista do Teclado"), Gilson Peranzzetta, Mauro Senise, Arismar do Espírito Santo, Luciano Franco, Toninho Horta, Vinícius Dorin (Saxofonista), André Marques, Itiberê Swarg (Baixista) , Márcio Bahia (Baterista), Beto Batera ( Irmão do Carlos Bala - baterista ), Carlinhos Patriolino, Márcio Resende, Nenê (Baterista), Fátima Santos (cantora), Lia Chaves (cantora), João Senna, Ricardo Júnior (Arranjador da cantora Dóris Monteiro), Cleivan Paiva (Guitarrista com quem mantém um dueto de Jazz) ,dentre tantos outros. Aclamado por onde tem passado, Dihelson Mendonca possui um estilo eclético e virtuoso, que cativa a platéia. Compositor de cunho erudito e pesquisador da música pianística e do Jazz. Considera-se principalmente um pianista de Jazz, embora seja capaz de executar com grande "performance" alguns dos estudos mais difíceis de Liszt e Chopin.
Dihelson estudou piano clássico com a eminente professora Diana Pierre em Crato/CE no início dos anos 80. Lá pelo terceiro mês de estudo, teve uma experiência mística, indício do que estaria por vir, descrita por ele mesmo como “A Luz” , onde sentiu-se tomado de um conhecimento inexistente até então, que o fez improvisar por horas seguidas com técnica assombrosa, fato este comprovado pela sua professora, que, ouvindo ao longe, julgou que havia mais alguém tocando na sua sala. “Minhas mãos agiam sem minha consciência, e tudo que eu conseguia imaginar era um turbilhão de notas musicais e idéias, que estavam profundamente harmonizadas, em sintonia com o cosmos”, afirma o músico.
Por volta de 1984, chegou a cursar a Universidade, no curso de Engenharia Eletrônica em Campina Grande, PB, mas, o seu amor pela música falou (isto é, tocou) mais alto, e Dihelson abandonou sua carreira de Engenheiro Eletrônico para se dedicar exclusivamente ao Piano, seu instrumento favorito. Foi nessa época que formou com o grande guitarrista Jocel Fechine, o seu primeiro grupo de Jazz, um sexteto, do qual participaram alguns dos maiores nomes do Jazz do nordeste: Jocel Fechine à guitarra, Fernando Rangel baixista ( músico renomado, integrante do grupo Contrabanda do Recife), Fernando trompete, Sérgio saxofonista, e o grande baterista Giovanni, ambos de Campina Grande/PB; Esse grupo foi a "sensação" do departamento de Artes DART da UFPB em Campina Grande em 1985/86 onde realizava seus concertos. Ainda por essa época, assombrou os alunos da Universidade Federal da Paraíba em João Pessoa, ao se apresentar com o guitarrista Jocel Fechine num concerto-surpresa. Ainda em Campina Grande, estudou com diversos professores, dentre eles, o Prof. Otávio, que havia sido aluno do grande músico contemporâneo francês Pierre Boulez, considerado um dos pilares da música moderna do século XX.
À partir de 1986 começou a se dedicar ao trabalho de arranjador. Produziu e dirigiu o primeiro CD do também artista cratense Pachelly Jamacaru, em 1994. Foi o diretor musical de inúmeros shows locais, tais como o grande show "Soy Loco por Ti América Latina" de Luiz Carlos Salatiel, que teve grande impacto de público e de crítica sendo montado em algumas cidades, além de participar em vários outros shows.
Em 1997 foi a Nova York, numa espécie de peregrinação musical, onde tratou de contactar grandes nomes do Jazz, e chegou a fazer boa amizade com o grande pianista da República Dominicana, Michel Camilo, considerado o maior pianista de Latin-Jazz da atualidade, além de ter tido a oportunidade de contactar o grande saxofonista Joe Henderson, e o legendário pianista de Jazz Mccoy Tyner, dentre outros. Ainda em 1997, formou um trio de Jazz com o baterista fortalezense Denilson Lopes, e o contrabaixista Jerônimo Neto.
Fonte: Instrumental Brasil

João do Crato

João do Crato é um intérprete que alia inconfundível performance de palco com sensibilidade musical, tanto na escolha do repertório quanto na sua interpretação.
João do Crato, estreou profissionalmente nos palcos musicais como vocalista da banda “Chá de Flor”, por ocasião do Festival Credimus, ocorrido no Teatro São José, em Fortaleza, no ano de 1980. Posteriormente, a banda Chá de Flor (na qual Blandino Lobo inspirou-se para batizar a sua famosa cachaça temperada) excursionou pelo Cariri, onde se apresentou no palco central da Exposição do Crato. Ao lado de Lúcio Ricardo, Batista Sena, Môna Gadelha, Zé Wertz, Siegbert Franklin, dentre outros, João do Crato era um dos nomes que movimentava a cena roqueira do Ceará.
De volta ao Cariri, João do Crato excursionou com a Banda Cariri pelo interior dos estados do Ceará, Piauí, Paraíba e Pernambuco, fazendo shows e bailes, regados, exclusivamente, ao melhor da música popular brasileira. Nessa época, a Banda Cariri tinha um elenco de virtuosos músicos, como o guitarrista Cleivan Paiva e o baixista Manel D’Jardim.
E foi em parceria com Manel D’Jardim, arranjador e violonista, que João do Crato iniciou sua carreira solo, interpretando os grandes compositores contemporâneos caririenses, a exemplo de Abdoral Jamacaru, Cleivan Paiva, Pachelly Jamacaru, Geraldo Urano, Luiz Carlos Salatiel, Luiz Fidelis e outros.
Há muito que os admiradores de João do Crato, como eu, aguardam seu disco de estréia. Um marco que coroará sua brilhante, longa e profícua carreira.
Fonte: Cariri Agora