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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Abidoral Jamacaru

O cantor Abdoral Jamacaru é oriundo de uma boa safra de cantores e compositores do Cariri, já fez trabalhos memoráveis, como “ O Peixe”, e no final do ano passado, lançou, na Mostra SESC Cariri de Cultura, seu terceiro CD, "Bárbara". Em seu novo trabalho, o público é brindado, em um repertório com 15 músicas, com um som que mistura as batidas do rock nordestino e nacional, e até mesmo com o forró pé-de-serra. As letras chamam atenção para a política e a história regionais, sem deixar de fora mensagens que pregam a conscientização ambiental.
A produção do novo disco foi, nas palavras do músico, uma "experiência ousada", pois o projeto contou com três meninos da Fundação Casa Grande, de Nova Olinda, com idade entre 16 e 21 anos, que, além de tocar, também participaram na feitura dos arranjos. Abdoral afirma ter apreciado a experiência: "eu sempre arrisco, mas gosto". "Bárbara" é resultado do apanhado de composições do início da carreira do cantor até outras atuais. Nota-se uma forte presença de pianos e guitarras, mas os arranjos musicais chamam atenção pela sua simplicidade. O disco remete bastante ao estilo MPB, de Chico Buarque, como nas músicas "Minha", "Bárbara" e "Surpresa". Em outros momentos, usa um estilo bem regional, como na canção "Amor beato" e "Cantiga de coco para Azuleica e Asa Branca", já gravada em "O Peixe", ganhando um ritmo mais rústico nessa nova versão. Abdoral explica que regravou a música procurando se aproximar mais dos cantadores de coco: "No anterior, foi uma coisa mais arranjada, com instrumentos mais elaborados. Nesse aqui, coloquei um pouco mais de rusticidade, brincando com o ritmo".
Mantendo a linha dos dois CDs anteriores, "Bárbara" apresenta muitas letras revelando a preocupação do compositor com o meio ambiente, com destaque para a faixa "Vida". "Nós vivemos dentro de um planeta. Essa idéia que a gente mora em países, estados, cidades... Isso é tudo meio ilusório. Na verdade, o planeta é um só. E o homem é da mesma natureza. Não importa se ele é africano, asiático ou americano. As necessidades são as mesmas. Na música 'Vida', faço uma ode à vida, chamando atenção para isso. Eu digo que coabitamos todos juntos no planeta: eu, tu, ele, nós, vós, eles. Conjugo o verbo viver. Uma ode à vida".
As composições são carregadas de referências históricas e folclóricas, cada uma contando uma história diferente. "Tento expressar aquilo que penso, e que pode contribuir no sentido de dar um toque pras pessoas. A questão da absorção da mensagem vai depender de cada pessoa, do estado de espírito em que ela se encontra" responde Abdoral a respeito do uso da música como forma de conscientizar a população.
A canção que dá nome ao disco é uma homenagem a Bárbara de Alencar, uma mulher ousada e que causa grande admiração no cantor. "Ela comandou uma revolução de importância nacional, e colocou todos os filhos nessa luta. Me preocupa muito essa questão da memória dela, que é pouco reverenciada. Pouco se fala de Bárbara de Alencar. A história dela tem um sentido muito grande. Então, resolvi fazer uma música, um resumo de sua história e dar o nome dela ao título do CD, uma forma de agradecer o que ela fez nós, uma homenagem”, justifica.
Abdoral diz que não tem um estilo definido, pois suas músicas são resultado de várias influências musicais, atuais ou antigas. "Eu não defino a música entre tipos. A música para mim, como disse Gilberto Gil, só tem dois tipos: a boa e a ruim. Não importa que estilo seja. Toda música que eu faço, procuro fazer o melhor que posso", diz ele. A produção do CD "Bárbara" demorou dois anos, mas ele explica que o maior empecilho para seu trabalho foi a questão econômica: "Nós começamos a gravar, depois faltou dinheiro. Retomamos, mas faltou dinheiro de novo. É sempre muito difícil fazer um trabalho desse tipo. É preciso ter muita convicção do que quer fazer".
Fonte: Wikipédia

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